Entrada em falso

Traindo o favoritismo que se estabeleceu relativamente ao Benfica após o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, o campeão português entrou em falso logo no primeiro jogo consentindo um empate frente à mais que acessível campeã da Turquia, o Besiktas.

O empate que ontem aconteceu na Luz perante uma moldura de indefectíveis benfiquistas, ficou sobretudo como um castigo para uma equipa que amealhou cedo, mas que depois também começou de forma muito temporã a tentar guardar esse precioso tesouro.

É verdade que Rui Vitória partiu para a refrega sem um grande lote de jogadores tidos como fundamentais, o que representava uma contrariedade de tomo só ultrapassável com muita entrega dos escolhidos e também de uma enorme concentração.

E foi este último aspecto, a falta de concentração, que acabou por trair o objectivo que já parecia alcançado a poucos instantes de soar o apito final.

Cometer uma falta aos 92 minutos, num espaço de terreno tão susceptível de permitir criar um lance mortal como veio a acontecer, fica como um alerta para situações futuras que possam vir a surgir com características semelhantes.

A frustração colectiva da família benfiquista só poderá ser desanuviada se a equipa for capaz de recuperar, em jogo fora de portas, os dois pontos agora perdidos, como, aliás, prometia ontem à noite um Rui Vitória visivelmente abatido com aquilo a que acabava de assistir.

Hoje é um novo dia, o tempo de Sporting e FCPorto darem também à chave de ignição.

Mesmo prevendo-se maiores dificuldades para os leões do que propriamente para os dragões, o importante será amealhar pontos.

É que o ranking da UEFA começa a ameaçar, podendo vir a acontecer que no próximo ano tenhamos apenas uma equipa –o campeão nacional- com entrada directa na Liga dos Campeões.