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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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O desafio da CGD

26 ago, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O presidente do novo conselho de administração é um gestor prestigiado, que agora recebe uma herança pesada. Da eficácia da sua equipa depende a recuperação da instituição.

Esta semana foi dado um passo para resolver o problema da Caixa Geral de Depósitos (CGD), com a aprovação pela Comissão Europeia de um plano de recapitalização. Mas o assunto ainda está longe de resolvido. E só daqui a anos saberemos se o estará.

O grande desafio da CGD é recuperar competitividade e voltar aos lucros, deixando de ser um encargo para o contribuinte. Essa é, desde logo, uma condição necessária para levar investidores privados a comprarem à CGD mil milhões de euros de obrigações (não convertíveis em acções).

Muito dependerá da eficácia da nova equipa da administração, liderada por um gestor prestigiado, António Domingues, que fica com uma herança pesada nos braços. Infelizmente, a inépcia governamental ao longo deste processo, que já leva mais de meio ano, fragilizou, à partida, a nova equipa.

Esperemos que, pelo menos, este banco do Estado se esforce por servir o bem público, em vez de envolver o nosso dinheiro em negócios e jogadas políticas eticamente inaceitáveis, porque beneficiaram interesses particulares, como aconteceu no passado.

Comentários
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  • JMC
    27 ago, 2016 USA 17:13
    E em matéria de opiniões pró-comunistas e marxistas, o comentador Miguel B. deveria receber uma medalha de ouro.
  • Miguel Botelho
    26 ago, 2016 Lisboa 22:35
    Qual o governo responsável pela dita «herança pesada», Sr. Sarsfield Cabral? Porque não o menciona no seu texto? Será porque o senhor se revê na obra irresponsável do ex-primeiro-ministro? Porquê a «inépcia governamental» deste executivo e não do anterior? Na verdade, em matéria de opiniões políticas parciais, o Sr. Sarfield Cabral deveria receber uma medalha de ouro.
  • Justus
    26 ago, 2016 Espinho 16:14
    O Sr. Sarsfield não gostou que Bruxelas aprovasse a recapitalização da CGD. Tanto ele como o PSD sempre apostaram na degradação desta instituição com vista à sua privatização. Quanto pior melhor para os seus intentos. Depois sempre disseram que era impossível a recapitalização através do Estado, apenas os particulares podiam injetar capital na CGD. Só que estes senhores só vêm interesse e números à sua frente, ao contrário de António Costa que, sendo jurista, percebe das coisas e da sua razão de ser. Vai daí que Bruxelas fez o que Costa queria, assim como já o tinha feito na questão das sanções. Contrariamente ao que sucedia no governo anterior já não estamos na presença de um 1º ministro subserviente, submisso e incompetente. Os tempos mudaram e Sarsfield Cabral não gosta nada desta mudança. Tem que se habituar.
  • Justus
    26 ago, 2016 Espinho 13:23
    Sarsfield nunca diz nada sobre o que é essencial e comenta tudo pela rama quando não quer envolver os seus correligionários. Aqui, deveria começar por dizer que a CGD chegou ao que chegou por culpa dos boys do PSD que, anos e anos a fio, estiveram à frente deste Banco público. Mesmo quando o PS era governo lá indicava um militante do PSD para a respectiva presidência, porque eram assim as regras do jogo e o PS cumpria-as, ao contrário do PSD. Depois, deveria também Sarsfield dizer que o governo anterior queria a todo o custo privatizar a CGD. Para isso, endividou-a fortemente na tentativa de arranjar um pretexto que servisse esta finalidade. Teve azar porque o PS, chegado ao governo, começou de imediato a inverter a situação. E, depois de duas negociações com Bruxelas, o governo levou a melhor. A recapitalização da CGD por parte do Estado, que o PSD e o Sr. Sarsfield sempre disseram ser impossível, aí está. Bruxelas vergou-se aos argumentos do governo português. António Costa, que não é um economista que só vê números como o anterior 1º ministro, mas é um jurista que tem ideias e sabe pô-las em prática, não se deixa levar por aquilo que dizem os outros nem pelos burocratas de Bruxelas. Bateu-lhes o pé no tocante às sanções e fê-lo agora novamente, ganhando mais uma vez. Ensinou aos burocratas de Bruxelas o que era uma recapitalização e a sua ideia foi avante. Já passaram os tempos dos alunos que nadam sabiam e que, por isso, tinham que seguir à risca o que os outros queriam.
  • AB
    26 ago, 2016 Evora 13:15
    Ricardo Martins, eu sempre fui contra as injecções de capital estatal na banca. Apesar do choque inicial de deixar falir os bancos ser muitíssimo pesado, a seu tempo creio que seria preferível essa solução. Dito isto, o assunto CGD está a ser resolvido agora, por este governo, e mal. E é de gaiato puxar coisas do passado ou dar a desculpa que isto já estava assim quando eu cheguei. Se este governo não queria ter estes casos tivesse ficado quieto e outros que o resolvessem. Quiseram o poder, usurparam-no, agora exerçam-no e assumam. O Banif e a CGD estão a acontecer neste mandato, não noutro, e é este governo que tem de apresentar soluções. Ainda não fizeram melhor que os outros, e ainda vem aí o Novo Banco. E se fizer bem contas, a CGD custará mais do que a lista que referiu. Ao contribuinte.
  • Ricardo Martins
    26 ago, 2016 Lisboa 10:50
    Como se sabe só os bancos da laranjada amigos do Dr. Cabral é que não são encargo para o contribuinte como o BPN, BES, BANIF, BPP, BPI , esses são ou foram superiormente dirigidos por gestores direitolas da laranjada , e só deram lucro para o contribuinte .