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José Luís Nunes Martins
Opinião de José Luís Nunes Martins
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​O bem e o mal nunca são evidentes

• Opinião de José Luís Nunes Martins


O mundo é maior e mais rico do que parece. Tem fundamentos que desconhecemos e fins que nos ultrapassam. Há um conjunto de realidades íntimas que escapam aos olhos, mas que é a razão de ser de tudo o que pode ser visto.

Mesmo o que é mais precioso neste mundo está, muitas vezes, por baixo de um manto de sujidade. Assim como as maiores imundícies surgem, quase sempre, sob a aparência de coisas boas. As aparências são armadilhas onde ficam presos os que julgam que as belezas se vêem de olhos abertos…

Há uma música, muito parecida com um silêncio bom, que nos ajuda a suportar as piores partes da vida. Chega-nos do coração e é um sinal do mistério que reside no mais íntimo de nós.

Não é por se conhecer que se ama, é porque se ama que se conhece.

O amor é uma intimidade entre duas pessoas. Não se amam coisas.

A verdade resulta do encontro entre o pensamento e a realidade. Por isso, é sempre uma descoberta que se constrói. Podemos negar a verdade, mentindo, mas nem a realidade nem o pensamento se deixam jamais moldar pelas mentiras.

Amar é a coragem tranquila de querer ser verdadeiro.

Para amar é preciso ser inteiro, mas só amando chegamos a sê-lo.

(ilustração de Carlos Ribeiro)

Comentários
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  • MANUEL LUIZ GODINHO
    27 ago, 2016 ALENQUER 00:08
    É belo ouvir e ler falar de amor, ainda que assertivamente se vincule aqui e aculá,.temos que nos fundamentar na Fé que é a razão de tudo, mesmo que dela não falemos expressamente. Pequeninos somos grandes no silêncio imperturbável do diâmbular do mais gigantesco raciocínio que apoie e norteie quem o lei-e. Parabéns e continue...
  • Nazaré Álvaro
    16 ago, 2016 Lisboa 14:00
    Olá Zé Luís, o "sinal do mistério" de que fala no texto, eu chamo de intuição. Esta tem sido uma forte aliada na minha vida. Compreendo as suas palavras e aceito o seu pensamento, independentemente da religião. Por enquanto vivemos num país onde ainda se pode "filosofar" e vebalizar. Daí que lhe peço que continue a fazê-lo como só o "Mestre" sabe e que o partilhe connosco. A "minha intuição" diz-me que há mais gente por aí que concorda comigo. obrigada, com carinho Naza
  • Teresa Vidal
    15 ago, 2016 Loures 19:05
    Boa tarde. Devo dizer, que já algum tempo não lia um texto tão completo do que me vai na alma, parabéns por sábias palavras. Cumprimentos.
  • artur felisberto
    15 ago, 2016 leiria 01:03
    «Não é por se conhecer que se ama, é porque se ama que se conhece». Tanto dogmatismo à toa Santo Deus! Obviamente que se trata de um trocadilho sem sentido! Ninguém ama o desconhecido porque amar e conhecer são parte do mesmo processo e de tal modo que no antigo Testamento conhecer era sinónimo de amor sexual! «O amor é uma intimidade entre duas pessoas». Só duas? Sim se a outra dor Deus mas como Ele não é egoísta e mandou amar o próximo como a nós mesmos é duvidoso que a intimidade, cristã e não só, só possa resultar entre apenas duas pessas. «Não se amam coisas». Não se deve amar as coisas mas há que as ame: «Não ameis ao mundo, nem as coisas que no mundo há: Se alguém ao mundo ama, o amor do Pai nele não está». Primeira Epístola de S. João 2, 12, 15-18
  • Heduíno Gomes
    14 ago, 2016 Lisboa 15:31
    Ai o bem e o mal nunca são evidentes? Texto do mais puro relativismo cultural. A bordo de que avião é que eu já ouvi semelhante e tamanha calinada filosófica, teológica e moral? Isto é que é a cultura cristã e a catequese que a RR deveria fazer?