25 jul, 2016
José Mourinho, um treinador sobre cuja qualidade ninguém terá dúvidas, fez ontem declarações curiosas numa longa entrevista ao canal televisivo SIC.
Das várias ideias extraídas das suas palavras, uma assume aspectos particularmente importantes, sobretudo depois de termos andado semanas a fio a ouvir queixas, vindas de vários quadrantes, sobre a qualidade do futebol exibido pela selecção portuguesa no decorrer do último Campeonato da Europa, do qual Portugal saiu vencedor.
Na sua análise ao comportamento dos comandados de Fernando Santos, José Mourinho fez questão de contrariar sobretudo uma posição assumida por diversos analistas ao longo da grande competição europeia: “jogar à defesa é uma coisa, defender bem é outra coisa completamente diferente.”
Ora aí está. Da boca de quem sabe, e que já passou por situações muito semelhantes (basta recordar o futebol praticado pelo “seu” Inter de Milão, campeão europeu), eis uma declaração forte vinda de um “expert” sobre cuja competência ninguém terá dúvidas.
Para o actual técnico do Manchester United, o sucesso da selecção portuguesa, ao ganhar um campeonato para o qual não partiu como favorita, assentou fundamentalmente na estabilidade emocional que Fernando Santos conseguiu, colocando à volta dos seus jogadores uma couraça intransponível.
Palavras oportunas de Mourinho, que agora vai iniciar um novo período na sua carreira, possivelmente o de maior exigência que viveu até aqui.