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José Luís Nunes Martins
Opinião de José Luís Nunes Martins
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Ninguém se ama a si mesmo

• Opinião de José Luís Nunes Martins


O amor exige alguém que me leve a esquecer-me de mim. Alguém para o quem a minha existência seja a sua felicidade. Supõe o sacrifício de mim mesmo em nome da felicidade do outro... e da minha, ao fazê-lo feliz.


Só nos podemos realizar no encontro com o outro. O egoísmo é um veneno para a felicidade, um inimigo da paz e uma doença do espírito. Para ser quem sou preciso de sair de mim. De me superar, de querer ser mais. Acreditar no que posso ser, mas ainda não sou.

Quem existe fechado ao encontro perde a riqueza de se entregar ao outro... Quem vive para si, morre. Quem ama, vive para sempre.

Um dos maiores castigos dos egoístas é que o paraíso que buscam lhes escapa sempre.

Desprezar o outro é uma loucura. Uma cegueira. Há quem passe boa parte do seu tempo a julgar os outros, considerando-se acima deles. Todos temos fraquezas. Todos. Difícil é assumir as nossas e lutar contra elas, ao mesmo tempo que perdoamos as dos outros... tal como nos têm sido perdoadas as nossas fraquezas. Quem ama, perdoa. Mesmo quando não compreende. Quem perdoa, esquece. Mesmo quando o egoísmo luta para que fique um registo.

Para ser feliz é preciso enfrentar a possibilidade do absurdo que há no amor. Quem vai por onde não há chão arrisca-se a cair. Sim. Mas à custa de tanta prudência é que há tanta infelicidade.

Um dos pilares do egoísmo é a ideia de que eu devo amar-me em primeiro lugar a mim e, depois, talvez e só então, a um outro... Mas, na verdade, o amor não tem antes nem depois… é o princípio e o fim.


Comentários
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  • 02 jul, 2016 11:07
    Correcto, estamos ca para ser mos felizes e fazer mos felicidade, sempre com respeiito pelo proximo,pondo em primeiro plano a familia com um plano de interajuda......
  • Ivone Groll
    02 jul, 2016 Alemanha 10:58
    Bem haja, José Luis! Obrigada por nos presentear com as suas maravilhosas crónicas, que nos enchem a alma de sentimentos positivos. Um beijinho amigo, ivone groll