Os limites do esquerdismo

Parece que os representantes do Syriza foram apupados na Convenção do Bloco de Esquerda. De facto, tem sido absurda a errática conduta deste partido grego, que era de extrema-esquerda e agora lidera o governo de Atenas na aplicação da austeridade exigida pelos credores externos.

Mas se a Convenção do Bloco tivesse terminado 12 horas depois, no Domingo, os representantes do Podemos talvez não tivessem sido aplaudidos.

Contra todas as previsões e sondagens (incluindo as realizadas à boca das urnas), o Podemos foi o grande derrotado das eleições em Espanha. Apesar de se ter apresentado em conjunto com a Esquerda Unida (ex-partido comunista), o Podemos perdeu cerca de um milhão de votos, comparando com a votação de Dezembro. Assim, o PSOE (socialista) continua a ser o principal partido da esquerda em Espanha, não obstante ter obtido o seu pior resultado eleitoral de sempre.

Os eleitores espanhóis perceberam quanto é difícil uma força de extrema-esquerda, como o Podemos, passar de partido de protesto a partido de governo. Os limites do esquerdismo merecem a atenção do Bloco de Esquerda.