Emissão Renascença | Ouvir Online
João Ferreira do Amaral
Opinião de João Ferreira do Amaral
A+ / A-

​Deixem-se de fantasias!

27 mai, 2016 • Opinião de João Ferreira do Amaral


Portugal está envolvido num projecto europeu que não lhe dá nenhumas possibilidades de progresso e que dia após dia cria novas restrições e subordinações.

O desporto favorito das nossas elites dirigentes (em que incluo parte da nossa chamada classe política, lideres de opinião, etc.) é clamar contra a falta de solidariedade europeia, contra o vazio de liderança na Europa, contra a perda do espírito europeu e por aí fora. Armam-se em últimos defensores dos valores europeus e exigem mais Europa, o quer que isso signifique, se é que significa alguma coisa.

Na realidade, são patéticas, escondendo que o seu espírito europeu não vai muito além da exigência de mais fundos estruturais.

Enquanto assim se distraem e desviam a atenção de quem ainda lhes presta alguma, deixam que os Portugueses enfrentem sozinhos uma realidade que os esmaga, que não compreendem e que, crescentemente, lhes vai retirando futuro.

Porque a realidade nua e crua é esta: Portugal está envolvido num projecto europeu que não lhe dá nenhumas possibilidades de progresso e que dia após dia cria novas restrições e subordinações que põem em causa inclusivamente a sua sustentabilidade enquanto país soberano assim reconhecido pela comunidade internacional.

Quando um país está seguir um rumo de desastre é dever das elites dirigentes avançar com alternativas exequíveis que reponham a esperança e dêem perspectivas de futuro.

Deixem-se de fantasias retóricas sobre o espírito europeu, que não são mais que a imagem da vossa própria acomodação e lembrem-se que têm uma enorme responsabilidade em relação a dez milhões de Portugueses!

Se não estiverem à altura dessas responsabilidades, como infelizmente não têm estado, não alimentem ilusões: serão sumariamente dispensadas do Presente e serão despedidas da História.

Com justa causa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Eduardo Rocha
    15 jun, 2016 Lisboa 13:50
    O sistema vigente, alicerçado na União Europeia, no Euro e no Estado Gordo Sobre-endividado está condenado a colapsar de uma vez por todas! E quanto mais depressa o dito sistema colapsar, melhor! Porque menor será o rasto de destruição que deixará! O novo sistema que deverá emergir dos escombros, deverá alicerçar-se em Estados Soberanos, Independentes, com Moeda Própria, Contas Publicas na Ordem e Abertos a Acordos Igualmente Vantajosos com os outros Estados Soberanos Estrangeiros. Já basta de uma UE constituída por Estados lacaios da Alemanha! Já chega de paus-mandados, espoliados, escravos e comodistas, à espera que uma qualquer troika ou uma qualquer directiva de Bruxelas digam como governar!
  • antonio
    30 mai, 2016 Portugal 14:37
    "espírito europeu não vai muito além da exigência de mais fundos estruturais." Acerca do espírito europeu dos nossos políticos e muitos comentadores tem toda a razão. E esse dinheiro não foi suficiente para a incompetência de alguns governos. Só o ps conseguiu 3 bancarrotas.
  • Atento
    30 mai, 2016 Lisboa 12:52
    Da Europa, desde que Portugal aderiu, houve MUITA SOLIDARIEDADE, e FUNDOS EUROPEUS que infelizmente em vez de modernizarem o Pais e darem competencias aos cidadãos que tinham uma taxa de analfabetismo enorme, esses fundos foram parar ao bolso dum bando de corruptos no tempo duma maioria governativa do PSD, que tinha à frente o grande patriota cavaco. Muito dinheiro chegou a Portugal, infelizmente todo ROUBADO por bandidos corruptos, alegadamente!
  • João Valério
    30 mai, 2016 Santa Iria de Azoia 07:36
    Infelizmente tem toda a razão do seu lado e mais triste e não vislumbrar ninguém capaz de mobilizar a mudança de paradigma.
  • Tejo
    29 mai, 2016 Colónia 23:48
    O peixinho portugues meteu-se num tanque cheio de tubarões. Já que os politicos portugueses não teem coragem para defender e lutar pelos interesses de Portugal, então que passem a decisão para o povo e fáçam o referendo sobre a continuação ou a saída do Euro e da UE.
  • Mario
    29 mai, 2016 Aveiro 19:26
    Este é o discurso dos perdedores. O autor, como todos os portugueses de esquerda, não gostam de competir, preferindo o prazer imediato da sombra do sobreiro ao esforço da vitória geracional, então amuam, fazem birra e dizem que querem desistir, não percebendo que a cada tiro no pé, estão a hipotecar o sucesso da sociedade portuguesa.
  • Carlos Trindade
    29 mai, 2016 Lisboa 13:48
    Regressar ao escudo se sempre fomos pobres com o escudo? Uhm ....
  • Ricardo Silveira
    29 mai, 2016 Covilhã 12:17
    A Alemanha tentou dominar a europa pela guerra, não conseguia fe-lo pela economia! Isto da europa é uma treta: é uma mesa fé póquer onde profissionais vêem jogar com pequeninos que não sabem. Vocês acham mesmo que quando as grandes potências se juntaram para criar a europa o objectivo era ajudar os pequeninos ou ajudarem-se a eles mesmo? Estúpido é aquele que crê que o lobo perde o sono com a opinião das ovelhas.
  • Lolita
    29 mai, 2016 Tavira 11:44
    Até que enfim alguém em Portugal que insiste em repetir, para lá dos jogos ideológico-partidários, que a «UE que vai nua»...
  • Silva, João
    29 mai, 2016 lx 09:32
    Fora do euro seriamos o Brasil da Europa ou a Venezuela ... porta aberta para uma nova ditadura, corrupção, pobreza. O que nos fez progredir, apesar de tudo, foi a Europa.