04 mai, 2016
Com o campeonato a chegar ao fim, sucedem-se as escaramuças verbais vindas sobretudo do lado dos dois grandes protagonistas e únicos candidatos à vitória final.
Em ambos os casos há, claramente, uma intenção. A de se desestabilizarem mutuamente, tentando daí colher dividendos que possam vir a ter influência na classificação final.
Estamos num tempo do vale tudo, a marcar muito pela negativa a imagem do futebol português, sem que seja tido em conta o respeito que é devido a uma indústria que todos dizem defender, mas que atacam com inusitada frequência.
Trata-se de práticas que não são apenas de agora, mas que têm feito um lamentável percurso de muitos anos, sem que haja indícios de que alguma coisa possa mudar no sentido de tornar o futebol mais adulto e respeitador das regras.
Por isso, caiu bem o apelo ontem feito pelo presidente da Liga de Clubes, visando alertar todos os agentes que, nem pelo facto de estarmos a duas jornadas do fim do campeonato, com muita coisa por decidir, seja lícito enveredar por caminhos tortuosos.
“A palavra que quero deixar é de tranquilidade”, dizia Pedro Proença, para a seguir acrescentar, omitindo propositadamente os dirigentes: “Que se dê espaço ao que o nosso futebol tem de melhor, que são os técnicos, os atletas e os árbitros”.
Face a tantas acusações que andam no ar, o dirigente máximo do futebol profissional quis ainda acrescentar: “A actividade judicial fará o seu trabalho com independência e só esperamos que cheguem rapidamente a conclusões.”
Palavras certas no momento certo, que só se espera não caiam em saco roto.