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Maria Rosário Carneiro
Opinião de Maria Rosário Carneiro
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01 dez, 2015 • Opinião de Maria Rosário Carneiro


Pela primeira vez, pessoas que pertencem a etnias diferentes e minoritárias participam no executivo. Pela primeira vez, uma pessoa com deficiência faz parte do executivo. Contou a competência. Olhando esta oportunidade, é assim importante sinalizar a incorporação da diversidade, porque só assim se incorporam os olhares distintos, só assim podemos caminhar para uma efectiva inclusão.

Não podemos deixar que a apatia nos impeça de olhar e reconhecer no que vai acontecendo sinais de mudança e de esperança. Não podemos deixar que a descrença torne invisível, retire significado aos testemunhos das transformações. Não podemos deixar que diferenças ideológicas tornem despiciendas, irrelevantes as propostas que sinalizam evolução.

Cada momento que vivemos é histórico, porque deixa sempre uma qualquer marca na narrativa dos tempos, e é vibrante, porque contém sempre uma réstia de desafio, de possibilidade de melhoria efectiva, de interpelação a olhar e a fruir. Cada momento é uma oportunidade.

Não sabemos como vai governar o novo governo. Não sabemos como vai, efectivamente, conseguir conciliar a redução da dívida e a redução da austeridade, a devolução de algum conforto e esperança a todos nós e o cumprimento dos compromissos internacionais, a indução do desenvolvimento e do crescimento económico, e a redução da pobreza e a recuperação do estado social.

Sabemos que, como é habitual em qualquer governo, este é formado por pessoas que se presumem competentes, experientes e determinadas a servir o País o melhor possível.

Mas sabemos também que, na sua constituição, este governo incluiu mais vozes. Pela primeira vez, pessoas que pertencem a etnias diferentes e minoritárias participam no executivo. Pela primeira vez, uma pessoa com deficiência faz parte do executivo. Contou a competência. Olhando esta oportunidade, é assim importante sinalizar a incorporação da diversidade, porque só assim se incorporam os olhares distintos, só assim podemos caminhar para uma efectiva inclusão.

Este é um sinal importante de mudança. Esta é uma interpelação de abertura a que todos façam parte da construção comum. Este é um testemunho vibrante de esperança, de promessa de uma sociedade inclusiva.

Comentários
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  • Parabéns pelo artigo
    01 dez, 2015 Lisboa 09:56
    Excelente artigo!
  • rip
    01 dez, 2015 lx 09:33
    Só é pena que este governo não tenha elementos do BE e do PCP, isso sim seria diversidade. A etnia só por si não representa nada, a diversidade está na diferença de ideias.