01 dez, 2015
Não podemos deixar que a apatia nos impeça de olhar e reconhecer no que vai acontecendo sinais de mudança e de esperança. Não podemos deixar que a descrença torne invisível, retire significado aos testemunhos das transformações. Não podemos deixar que diferenças ideológicas tornem despiciendas, irrelevantes as propostas que sinalizam evolução.
Cada momento que vivemos é histórico, porque deixa sempre uma qualquer marca na narrativa dos tempos, e é vibrante, porque contém sempre uma réstia de desafio, de possibilidade de melhoria efectiva, de interpelação a olhar e a fruir. Cada momento é uma oportunidade.
Não sabemos como vai governar o novo governo. Não sabemos como vai, efectivamente, conseguir conciliar a redução da dívida e a redução da austeridade, a devolução de algum conforto e esperança a todos nós e o cumprimento dos compromissos internacionais, a indução do desenvolvimento e do crescimento económico, e a redução da pobreza e a recuperação do estado social.
Sabemos que, como é habitual em qualquer governo, este é formado por pessoas que se presumem competentes, experientes e determinadas a servir o País o melhor possível.
Mas sabemos também que, na sua constituição, este governo incluiu mais vozes. Pela primeira vez, pessoas que pertencem a etnias diferentes e minoritárias participam no executivo. Pela primeira vez, uma pessoa com deficiência faz parte do executivo. Contou a competência. Olhando esta oportunidade, é assim importante sinalizar a incorporação da diversidade, porque só assim se incorporam os olhares distintos, só assim podemos caminhar para uma efectiva inclusão.
Este é um sinal importante de mudança. Esta é uma interpelação de abertura a que todos façam parte da construção comum. Este é um testemunho vibrante de esperança, de promessa de uma sociedade inclusiva.