14 out, 2015 • Rui Viegas
Bruno de Carvalho, em entrevista exclusiva a Bola Branca, recusa a ideia de estar a incendiar o dérbi de dia 25. O presidente do Sporting começa por rejeitar que as suas acusações e afirmações recentes, em particular a denúncia pública das ofertas do Benfica aos árbitros, tenham contribuído para incendiar o ambiente do jogo da Luz. E, com nova crítica, dá um exemplo do que poderá ser a actuação futura, essa sim, incendiária do rival da Segunda Circular.
"Para que este dérbi seja o rei da confusão e da poeira, já só falta que o Benfica aproveite estes dias antes do jogo para colocar os tais processos contra o Jorge Jesus. Não me admiraria que a estratégia baixa do Benfica chegasse a esse ponto. Refiro-me aos famosos processos, absolutamente ridículos, contra Jorge Jesus. Vamos verificar, e as pessoas que estejam atentas, se no Benfica vale tudo ou não. Já se tem visto que sim. Do Benfica já se espera tudo, do que seja mais baixo possível. E neste caso, se houver esse processo, do mais ridículo possível", aponta o presidente sportinguista, que nos últimos tempos tem denunciado o alegado comportamento incorrecto das águias.
"Não é para incendiar, o futebol acontece todos os dias. Não é por isso que se vai parar de falar das coisas importantes e estranhas que acontecem no futebol. [O Benfica] Não deve [fazer-se de 'virgem ofendida'] e está a fazer-se... Não vale a pena ter um discurso de poeira e vitimização", acusa em Bola Branca.
Leões insistem: silêncio federativo não se compreende
O chamado caso da caixa (com uma camisola do Benfica e 'vouchers' de refeição) marca a actualidade. Bruno de Carvalho defende que a Federação Portuguesa de Futebol dispõe das provas mais do que suficientes para actuar, à margem do âmbito criminal.
"A Federação [Portuguesa de Futebol] tem a caixa e provas claras. Testemunhos, inclusive de pessoas ligadas ao Benfica. A partir daí tem de tomar uma decisão. Não vamos enganar as pessoas com a Procuradoria-Geral da República, que é outra história e de outro âmbito", explica o líder dos leões, para quem os regulamentos são claros. Por isso, caso - no plano desportivo - se verifique uma irregularidade, a descida de divisão é possível. Ao contrário do que advogaram, recentemente, em relação ao Sporting, Rui Gomes da Silva e Pedro Guerra, nos respectivos painéis televisivos.
"Não consigo [entender porque a Federação não avançou] e daí a nossa indignação. A Federação já se devia ter pronunciado e ter tomado uma decisão. E não é preciso muito para tomar uma decisão", defende.
"Quando no Benfica há uma máquina de propaganda que diz que o Sporting deve descer de divisão [caso Cardinal], caberá à Federação verificar se isto tudo está inserido nos 183 euros, para mim não está, cai numa norma em que a sanção é a descida de divisão", termina Bruno de Carvalho.