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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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A UE e o euro não existem?

13 out, 2015 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O PC sempre detestou a integração europeia, considerando-a mera face do capitalismo explorador. O BE começou por ter posições próximas do Syriza 1, mas, vendo o fracasso deste, adoptou uma retórica mais redonda. Porém, duvido que o BE se tenha tornado social-democrata, como é o Syriza 2.

O governo PSD/CDS acabou ontem, decretou a líder do Bloco de Esquerda. António Costa considerou muito interessante a sua reunião com o BE. Antes também se mostrara optimista quanto a um entendimento como PCP. Há muitas convergências, diz Costa.

Nessas conversas do PS visando uma maioria de esquerda, pouco se diz, pelo menos em público, sobre a UE e sobre as regras do euro. Parecem temas marginais.

Ora, a UE e o euro são decisivos para a vida dos portugueses. O PC sempre detestou a integração europeia, considerando-a mera face do capitalismo explorador. O BE começou por ter posições próximas do Syriza 1, mas, vendo o fracasso deste, adoptou uma retórica mais redonda. Porém, duvido que o BE se tenha tornado social-democrata, como é o Syriza 2.

É com estas forças hostis à integração europeia e à democracia representativa que o PS, o partido que evitou uma ditadura comunista em Portugal e que levou o país para a Europa comunitária, quer celebrar um acordo para apoiar no Parlamento um governo chefiado por Costa? Seria um custo demasiado alto para satisfazer uma ambição pessoal.

Comentários
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  • Luís
    15 out, 2015 Porto 01:45
    Todos nós sabemos que o Francisco gostava mais dum governo PAF, mas a maioria do povo não gostou do último governo que foi ainda pior que o anterior.
  • LC
    14 out, 2015 Lisboa 14:59
    Senhor jornalista, um pouco de isenção e conhecer a História recente também não lhe ficava nada mal. É que, segundo me lembro bastante bem, quando Durão Barroso (aquele que abandonou o cargo de Primeiro-Ministro de Portugal para abraçar um super tacho na União Europeia - o engraçado é que Guterres é que tem a fama, mas este é que teve o proveito todo) na altura foi formada uma coligação PSD+CDS e, tenho bem presente, que tinhamos a direita mais anti-europeia na pessoa de Paulo Portas (era contra a União Europeia, era contra a entrada no Euro, penso que até, quando se via ao espelho era contra ele próprio.) e talvez, lapso de memória meu, não me lembro do Senhor Jornalista fazer esse juízo de valor, nessa altura, do CDS e que tanto jeito hoje lhe faz para atingir os partidos mais à esquerda. Sabe, sem querer dar lições de jornalismo, mas considero que um verdadeiro jornalista, não deve parecer, deve mesmo de ser isento, mesmo que isso vá contra as suas opções ideológicas e políticas.
  • Manuela Neves
    13 out, 2015 Queluz 14:13
    António Costa não é Mário Soares. Ele quer ser 1º Ministro de qualquer maneira. Ainda que tenha que afundar o país. Não vê que é contra natura a aproximação ao BE e ao PCP? Ou está só a fazer-se "caro"? Ao menos que seja isso, para bem de Portugal.
  • Mário Soares
    13 out, 2015 São Paulo - Brasil 14:12
    Custa acreditar que em pleno sec. XXI ainda exista tanta gente completamente ignorante em Portugal. Mesmo pessoas com formação superior, são duma terrível insipiência ! Emigrem para a ex. União Soviética, vão-se embora, deixem quem pretende progredir, trabalhar, evoluir, ficar na Europa civilizada e ajudar Portugal a ser uma nação desenvolvida, inserida na UE.
  • verissimo
    13 out, 2015 lisboa 12:50
    Só para lhe dizer, que ´para escrever o que escreveu, é preciso não ter vergonha. Jornalistas como o você, que trocam a informação e a opinião, pelo interesse e falta de respeito, só na pildra
  • Mario Moreno
    13 out, 2015 Arrentela 12:31
    Óh Sarsfield Cabral!.... já não existe a URSS!... e o regime actual já não é o de Salazar ou do Marcelo Caetano!... actualiza-te! a UE foi, e é um bom negócio para a Alemanha e França, mais o UK, para os pequenos países, com governos subservientes, recebem em troca de Chorudos subsídios iniciais, a destruição do pouco aparelho produtivo que tiverem, e quando chegar a hora de verdade, estão completamente vassalos, económica e politicamente da Alemanha, França, NATO e USA!...- todos os impérios acabam... o Americano também há-de acabar um dia!... resta saber como!....
  • Politiqueiros
    13 out, 2015 Gdansk 12:30
    Os alemães, o povo, detesta o euro e esta UE-usrael. Por isso a moeda antiga DM continua em circulação, milhares de milhões, não antevejo nada de bom com esta raquítica UE-usrael. Quanto ao euro, os alemães não querem essa moeda e sem os alemães não há euro, ou passa a valer nada.
  • victor
    13 out, 2015 lx 11:55
    Governo do PS com apoio parlamentar maioritário é tão legítimo como qualquer outro. As suas declarações evidenciam uma total falta de cultura democrática .O valor do voto de cerca de um milhão de portugueses tem de ser igual ao de todos os outros. As eleições foram para a Assembleia da República.
  • José Carneiro
    13 out, 2015 Porto 11:22
    O velho Cabral, como bem instalado na vida, sempre a abanar a cauda aos bens isntalados na vida.
  • andre souza
    13 out, 2015 SALVATERRA DE MAGOS 10:55
    Caro jornalista, parabéns, por dizer tanto em poucas linhas. Na verdade todos temos uma ideia formada o que será um governo à esquerda ( basta lembrar o do camarada Vasco), mas será bom deixar uma maioria de esquerda governar o país. Se tal não acontecer muitos vão continuar à espera de ( dona CatrinaVaroufakis e sô Costa, como os salvadores da Pátria! qual D. Sebastião) Assim, será melhor para todos que cheguem a um acordo de coligação.