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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Cultura de diálogo

06 out, 2015 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Na UE, a maioria dos governos é de coligação. Às vezes, as negociações para formar governo demoram meses (na Bélgica, por exemplo). Mas existe aí uma cultura de diálogo que escasseia entre nós.

O panorama político português tornou-se mais incerto. A coligação PSD/CDS não alcançou a maioria absoluta (embora tenha obtido um resultado que ninguém esperaria ainda há poucos meses). Portanto precisa de negociar com o PS. Mas a situação interna do PS não é de estabilidade, com muitos socialistas a contestarem a permanência de António Costa como líder, o que se compreende.

Depois da restauração da democracia, há 40 anos, já tivemos vários governos minoritários. Mas só um (de Guterres) chegou ao fim do seu mandato.

Na UE, a maioria dos governos é de coligação. Às vezes, as negociações para formar governo demoram meses (na Bélgica, por exemplo). Mas existe aí uma cultura de diálogo que escasseia entre nós. Na primeira parte do mandato do governo agora cessante faltou diálogo com o PS. Só perto do fim Passos e Portas apelaram ao PS para tentar entendimentos - que Costa rejeitou por (errada) táctica eleitoral.

Portugal precisa de uma cultura política de diálogo e negociação. Sem ela, a instabilidade política porá em causa o que já se conseguiu no plano económico e financeiro.

Comentários
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  • Manuela Neves
    07 out, 2015 Queluz 09:44
    Estou inteiramente de acordo com o que se diz no artigo. Acho que com o António Costa à frente do PS vai ser difícil haver consenso. Ele tão depressa diz "alhos" como a seguir "bugalhos", se é que me entendem. É demasiado errático.
  • Fernando João dos Sa
    06 out, 2015 Lisboa 13:12
    Fizeram o que quiseram, nalguns casos com "instinto de malvadez", e agora querem "humildemente" dialogar?
  • rfm
    06 out, 2015 Coimbra 10:38
    ... pois, é, a cultura da elite lusitana, nomeadamente neste último 4 anos é a da imposição e expropriação (expropriam direitos e protegem privilégios), onde o mais forte impõe as suas condições ao mais fraco, preparam-se agora, para mexer na Segurança Social que não é deles mas que dela se querem servir para pagar as mordomias vitalícias, pensões de 8/12, no máximo 36 anos de serviço, com cálculo por medida (como é o caso de muitos senhores comentadores que "vendem moralismo" e ao memso tempo quem começo aos 12/14/16 anos a trabalhar a descontar/pagar, ao fim de 40/45 ou mais anos não se podem reformar (mesmo com penalizações) e (mesmo que não tenham trabalho ou qualquer rendimento pessoal). Eles vão chegar a acordo, salvaguardando as suas mordomias, como aliás se viu há meses a rápida decisão unanime na Assembleia da República sobres as subvenções vitalícias (=rendimento de inserção dos ricos ...), respeitem os cidadãos os trabalhadores e os reformados, nomeadamente os que cumprem/cumpriram 40 ou mais anos, comecem desde logo a dialogar com os contribuintes que suportam a Segurança Social