14 set, 2018
Como é possível que, no seio de uma organização de natureza divina, se dêem os comportamentos mais reles, desprezíveis, abjectos, criminosos que a mente humana pode imaginar?
Cada Domingo os católicos praticantes professam a sua fé na Igreja santa. As notícias do que se passa na Igreja, no entanto, dão ideia de uma instituição que é tudo menos santa.
Não tenho resposta completa e convincente para este Mistério (pois de Mistério se trata), mas ocorre-me a seguinte analogia, que talvez possa ajudar.
Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é Deus: verdadeiro Deus, não uma divindade de segunda categoria. No entanto, Jesus Cristo é também verdadeiro homem: passou 9 meses no seio da sua Mãe, onde foi crescendo um corpo que, para efeitos prático, era indistinguível do corpo de outro ser humano. Mais: o DNA de Jesus Cristo é o DNA de Maria, que por sua vez é o DNA de uma descendência bem conhecida: a casa de David.
Basta olhar um pouco para os acontecimentos relatados no Antigo Testamento para confirmar que a linhagem de Maria e Jesus está longe de ser prefeita: adultério, assassínio, prostituição, etc: há um pouco de tudo. E, no entanto, apesar de toda esta decadência, foi desta linhagem que nos foi dado o verdadeiro Deus feito homem.
Jesus Cristo não é menos santo pelo comportamento decadente de muitos dos seus ascendentes. De igual forma, a Igreja — fundada pelo próprio Cristo — não é menos santa pelo comportamento dos seus membros.