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Eutanásia, um retrocesso civilizacional

28 mai, 2018 • Opinião de Nota de Abertura


A legalização da eutanásia não é uma questão política, nem social, nem cultural. É antes um retrocesso civilizacional. Colocando o mais fraco na dependência do mais forte, o mais frágil nas mãos dos que se julgam donos da vida de outros.

A Medicina enquanto ciência que investiga, trata e cura vidas humanas é um bem maior em qualquer sociedade. E a sua evolução, uma evidência da capacidade do homem se superar a si próprio. Não precisamos de rever imagens de campos de refugiados ou de hospitais de campanha, onde médicos e enfermeiros dão as suas vidas a salvar vidas. Situações que se replicam nos hospitais em todo o mundo. Seja onde for e como for, o exercício da Medicina está sempre vinculado ao “compromisso com a vida e com os que sofrem.”

Em vésperas da votação na Assembleia da República da despenalização da eutanásia, cinco bastonários da Ordem dos Médicos, cujo mérito é por todos reconhecido, assinaram por unanimidade uma Declaração que não pode ser, de modo nenhum, desvalorizada. As palavras são claras:

A eutanásia, o suicídio assistido e a distanásia representam uma violação grave e inaceitável da ética médica (repetidamente condenados pela Associação Médica Mundial). O médico que as pratique nega o essencial da sua profissão, tornando-se causa da maior insegurança nos doentes e gerador de mortes evitáveis.

Quando hoje ou amanhã, estivermos numa cama de hospital, doentes, ou a acompanhar pais, filhos ou irmãos vamos esperar e desejar o melhor desempenho profissional e humano daqueles a quem confiamos a vida. A legalização da Eutanásia não é uma questão politica, nem social, nem cultural. É antes um retrocesso civilizacional. Colocando o mais fraco na dependência do mais forte, o mais frágil nas mãos dos que se julgam donos da vida de outros.

Comentários
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  • António Costa
    30 mai, 2018 Cacém 18:08
    "o mais fraco na dependência do mais forte, o mais frágil nas mãos dos que se julgam donos da vida de outros". Não tem sido sempre assim, "civilização" após "civilização", século após século? A guerra, a devastação e o horror que a NATO levou à martirizada Síria foi um "avanço civilizacional"? Depois de terem sido vitimas do Holocausto, Israel resolveu fazer a vida difícil ao Irão…...para isso ajudou de qualquer forma o autodenominado "Estado Islâmico" e por acréscimo os seus massacres. É a isto que chamamos "civilização"?
  • Anónimo
    29 mai, 2018 16:19
    João Lopes = troll pago que cita escumalha que devia estar desempregada
  • João Lopes
    29 mai, 2018 Viseu 09:48
    Henrique Raposo na RR 28-05-2018. «a eutanásia não é um suicídio normal… porque a decisão final depende de um conjunto de médicos que tem de validar e executar a morte pedida.. é a usurpação da liberdade dos outros (dos médicos e enfermeiros) em nome de um alegado direito à morte… O ser humano terá sempre a liberdade radical para se matar, não pode é ter o direito de desviar o ónus do seu suicídio para outra pessoa ou para uma entidade coletiva e desresponsalizadora».
  • Anónimo
    28 mai, 2018 21:59
    E ninguém assina? Escrevam as barbaridades que quiserem, senhores da Renascença. Mas ao menos assumam quem são! Cobardes!