25 mai, 2018
"Os robôs vão dominar o mundo; pelo menos, vão substituir quase todos os trabalhadores, o que lançará as economias numa grande crise de desemprego permanente".
Com palavras semelhantes, este é o tipo de mensagem que vamos recebendo dos media. Por exemplo, recentemente, a Renascença referia-se ao "Sawyer, o empregado de café que é melhor do que os humanos lá do sítio" (o Sawyer sendo um robô de servir café e o sítio sendo Tóquio). Acrescentava o artigo que "toda a gente parece gostar do robot que serve cafés, mas o seu sucesso pode ser má notícia para os empregados tradicionais".
Uma das maiores confusões neste debate é a confusão entre empregos e taxa de desemprego. Todas as revoluções tecnológicas do passado foram acompanhadas pela destruição de múltiplos postos de trabalho. Há 30 anos, o departamento de economia da universidade em que estudava incluía uma sala com muitas secretárias batendo à máquina. Pouco tempo depois, estes empregos desapareceram, em parte devido à difusão do computador pessoal.
Destruiram-se empregos, mas a taxa de emprego não subiu. Essencialmente porque a primeira fase da revolução digital, ao destruir alguns empregos, também criou outros. Por exemplo, nos anos 80 eram poucas as empresas que tinham departamentos informáticos; hoje em dia, o grupo de "IT" é de rigor em qualquer organização.
Chamem-me optimista, mas estou muito menos preocupado com a revolução tecnológica do que os media. Venham eles (os robôs)!