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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Semear ventos, colher tempestades

16 mai, 2018 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Esgotaram-se as hipóteses de Bruno Carvalho se manter à frente do Sporting.

O dia 15 de maio ficará para sempre como o dia mais triste da história do Sporting, quiçá do futebol português, com as criminosas agressões a jogadores, técnicos e membros da equipa médica no até agora bucólico e tranquilo cenário da Academia de Alcochete, perpetradas por um grupo de cerca de cinco dezenas de energúmenos escondidos por detrás de máscaras que tornaram o seu ato ainda mais cobarde.

Estamos todos por saber quais são as consequências de toda a ordem para uma coletividade centenária que, pelo seu prestígio e pelo seu passado, não merecia passar por momentos tão degradantes.

Não está apenas em causa a final da Taça de Portugal, que vai realizar-se não se sabe em que condições, mas todo o futuro do clube, tais são os danos patrimoniais causados por atos inaceitáveis que poderão, inclusive, comprometer a sua sobrevivência.

Depois de discursos, entrevistas e outras aparições públicas a despropósito nos últimos tempos, o Sporting-futebol chega agora a um beco de difícil saída, não podendo deixar de ser assacado o maior quinhão de responsabilidade a uma só pessoa, o seu presidente.

Pelo que foi possível ouvir nas últimas horas, esgotaram-se as possibilidades de o atual presidente se manter em funções: o divórcio, que é visível, entre o líder leonino e a estrutura do futebol, levam-nos a essa conclusão.

E se dúvidas persistissem, bastaria ter ouvido as suas inenarráveis declarações ontem à noite à televisão do clube, nas quais foi incapaz de reconhecer, como sempre tem acontecido, as enormes responsabilidades que lhe cabem pelo estado deplorável a que fez chegar uma coletividade que bateu no fundo com estrondo bem audível.

Bruno de Carvalho tem vindo sucessivamente a semear ventos. Nos últimos dias, mas particularmente ontem, colheu tempestades de consequências imprevisíveis, por enquanto.

Quanto ao futebol, e depois do que se viu ontem, fica a pergunta inevitável: que jogadores, que treinadores, desejarão vestir a camisola do Sporting se o ambiente infernal deste tempo não vier a ser desanuviado?

Comentários
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  • José F
    23 mai, 2018 Pinhel 10:37
    Mais uma vez um artigo vergonhoso! Episódios tristes são aqueles em que atropelam adeptos, esfaqueiam adeptos e matam adeptos num jogo de futebol. E inenarráveis são as suas declarações sobre o Bruno de Carvalho. Estes últimos dias de crise do Sporting foram talvez os melhores dias de jornalismo para o Sr. Ribeiro Cristóvão. Que consolo!
  • Licínio Pinto
    16 mai, 2018 Lisboa 12:16
    Olha a virgem ofendida... Ah Ah Ah Ah... Vergonhoso opinador.
  • Augusto Saraiva
    16 mai, 2018 Maia 10:56
    Por este andar, não tarda que se colham também tempestades com os semeados ventos do «jogo de alto risco»...
  • Ricardo Martins
    16 mai, 2018 Lisboa 09:39
    Com o regresso dos croquetes , o clube acaba pois para eles acabar em 4º , 5º , 7º é igual ao litro goste-se ou não foi o único presidente que combateu a cultura medíocre de derrota instalada no clube há mais de 40 anos , todos os outros estão se marimbando para saber se o clube ganha ou perde uma vez que também eles sócios se conformam a cultura de derrota do clube .