À porta do paraíso

E a duas jornadas do termo do campeonato, desfez-se a dúvida mais importante, isto é, está encontrado o novo campeão de futebol, ainda que seja necessário conquistar pelo menos mais um ponto para chegar a esse almejado objectivo, e sem menosprezo tanto pelo Feirense como pelo Vitória de Guimarães, os adversários que ainda terá pela frente.

Assumindo-se como a equipa mais regular ao longo de dez meses, o Futebol Clube do Porto volta a fazer aquilo que melhor soube concretizar ao longo de muitos anos: ser campeão nacional.

Está assim cumprido o sonho de todo um grupo que se manteve coeso mesmo nos momentos de infortúnio, e foi capaz de dar um passo decisivo, em frente, quando isso era fundamental.

A história também refere tempos em que o sucesso pareceu ficar mais distante, mas foi aí que a determinação de uma estrutura com hábitos de vitória teve capacidade para virar a página de forma inquestionável.

Num ano em que as previsões não apontavam no melhor sentido por razões já longamente dissecadas, o Futebol Clube do Porto assumiu o comando da classificação à quinta jornada, e nessa condição se manteve até à vigésima-oitava. Mas então a roda pareceu ter desandado.

Só que, quinze dias volvidos e com a vitória no estádio do Benfica, reacendeu-se a luz da esperança para não mais se apagar.

E agora, quando faltam apenas dois jogos, estão escancaradas as portas do paraíso.

Resta saber quem acompanhará os dragões na próxima temporada na Liga dos Campeões.

E esse permanece com um enigma que só será desfeito daqui por meia dúzia de dias quando, no estádio José Alvalade, se enfrentarem no clássico mais desejado dos últimos tempos, o Sporting e o Benfica, afinal, e em contraponto. os dois grandes vencidos do campeonato que está prestes a despedir-se dos seus adeptos.

As contas finais ainda estão por fazer mas, independentemente disso, não ficam dúvidas de que este campeonato fica na história do futebol português como um dos mais interessantes dos últimos tempos.

A todos os títulos…