​Equipa quebrou pelo meio

O Sporting esteve longe de um jogo brilhante em Madrid frente ao Atlético, mas ainda assim poderia saído do Arena com um resultado diferente. Para melhor, claro.

Dois erros clamorosos de dois jogadores muito experientes do eixo da defesa, Coates e Mathieu, ajudaram a equipa de Simeone a construir um resultado que acaba por se moldar ao seu projeto de seguir em frente na Liga Europa, acedendo às meias-finais da competição.

Está o Sporting arrumado de vez? Concordar com esta ideia é ousar ir longe de mais. Porém, juntam-se vários fatores para que os leões de Lisboa vejam nuvens negras num horizonte próximo: antes de tudo porque os colchoneros não são uma equipa vulgar.

Calculista, excelente a defender, bem organizada tacticamente, vai ainda contar com duas ausências na equipa contrária, que se adivinham determinantes.

Os cartões amarelos mostrados a Fábio Coentrão e a Bas Dost, em lances sem perigo para a sua baliza, portanto perfeitamente escusados, vieram colocar a Jorge Jesus um problema difícil de resolver.

Numa noite de fraca inspiração, houve poucas exceções: Rui Patrício, sempre ele, a evitar nos momentos mais delicados que o score subisse e o desfecho se tornasse irrecuperável, Wiliam Carvalho, a grande nível enquanto as forças lhe permitiram e, alguns momentos, Gelson Martins, talvez um dos poucos que em Lisboa, daqui por uma semana, sejam capazes de repor o sonho que parece ter-se finado ontem à noite na capital espanhola.

Depois de tudo o que se passou no jogo com o Atlético, faltava a cereja no topo do bolo, mas Bruno Carvalho não quis deixar os jogadores sem uma prenda especial, um post a atacar alguns deles pelos erros cometidos durante os noventa minutos do jogo, ficando agora por saber que estragos poderá vir a fazer num balneário já de si a passar por momentos muito delicados em função dos últimos resultados e suas consequências.

Para começar o dia, o Presidente do Sporting desferira um ataque violento e de muito mau gosto contra o escritor e jornalista Miguel Sousa Tavares.

Para fechar o dia, a pontaria virou-se para os jogadores atingindo o seu profissionalismo.

Como se dizia naquele documentário cinematográfico francês sobre a atualidade dos anos 60, “assim vai o mundo”.