Emissão Renascença | Ouvir Online
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

​A UE ainda longe dos cidadãos

18 dez, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O Conselho Europeu avançou pouco. É precisa paciência.

Foi ontem formada uma coligação governamental na Áustria, juntando o partido conservador (que havia ganho as eleições, mas sem maioria absoluta) e um partido de extrema-esquerda, eurocéptico e admirador de Putin. Este partido terá três ministros em pastas importantes: negócios estrangeiros, defesa e interior. Em contrapartida, abdicou publicamente de promover um referendo sobre a saída da Áustria da UE.

É um alerta em relação a excessivos optimismos europeístas suscitados pela derrota da Frente Nacional em França e pela unidade até agora mantida pelos 27 membros da UE face à saída do Reino Unido.

A maior crise da integração europeia ainda não foi ultrapassada. Vejam-se os resultados do Conselho Europeu da semana passada. Como se esperava, foi aceite a proposta da Comissão Europeia no sentido de o Conselho dar luz verde à passagem à segunda fase das negociações do Brexit. Mas tal só foi possível por ter sido aceite uma frase vaga e ambígua sobre a manutenção da fronteira aberta entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte (Ulster).

Essa difícil questão ficou para resolver na segunda fase das negociações, ao definir-se o futuro relacionamento entre a UE e o Reino Unido. Negociações que estão ameaçadas pela fraqueza polo parlamento.aperovaçuti+uro tartado final ra sobre amnutençiçíítica de Theresa May, que na quinta-feira passada perdeu uma votação na Câmara dos Comuns – por causa de onze deputados conservadores pró-UE, que assim obrigam o futuro tratado final do Brexit a passar pela aprovação do parlamento de Londres.

O Conselho Europeu nada avançou em matéria de refugiados e imigrantes, onde se mantém a recusa de receber refugiados por parte vários países que antes pertenceram à órbita soviética. Como também nada mudou na interferência governamental na justiça, sobretudo na Polónia. Ora, estes dois pontos são de grande importância ética e política, pondo em causa os alicerces ideológicos da integração europeia.

A reforma do euro continua na agenda da UE, mas nada se concretizará antes de existir um governo em Berlim. E mesmo depois disso haverá que contar com a hostilidade das opiniões públicas da Alemanha e da Holanda a grandes reformas nessa área. Por isso se compreende a afirmação do ministro Centeno sobre a necessidade de ter paciência.

E seria bom não esquecer que o problema principal que os dirigentes europeus defrontam é a quebra na popularidade da integração europeia. Essa quebra diminuiu um pouco, mas não ainda o suficiente para voltar a mobilizar a maioria dos cidadãos da UE.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Vasco
    18 dez, 2017 Santarém 22:05
    A UE talvez mais longe dos cidadãos, essa será a verdade!
  • jotamais
    18 dez, 2017 Cascais 12:19
    A UE anda próximo é dos adeptos dos "clubes políticos"!